Natese e a força do Hip-Hop com o lançamento de "Cárcere das Almas Livres"
- Anelise Nunes
- há 2 dias
- 2 min de leitura
Nascido do sonho de jovens da periferia de Natal, o Natese é mais do que um grupo de rap. É um coletivo que transforma vivências em arte. Fundado em 2018 com apenas dois integrantes, o grupo cresceu e hoje conta com onze membros, mantendo a essência de sempre, mas com uma força criativa multiplicada. Com maturidade, profissionalismo e união, o Natese se entrega de corpo e alma à missão de viver da música e espalhar arte pelos quatro cantos da cidade.

O Natese nasceu do desejo de Corttez, um dos fundadores, de reunir colegas do ensino médio em torno da música. O grupo surgiu como uma válvula de escape e, ao mesmo tempo, como um grito de existência: jovens periféricos que encontraram no rap uma forma de libertar o "eu artístico" sufocado pelos julgamentos sociais. Com coragem e sensibilidade, eles começaram a escrever suas histórias em versos.
Embora o grupo tenha sido iniciado no boom bap, a identidade musical do Natese transcende qualquer rótulo. Cada integrante carrega uma bagagem diversa, com gostos amplos que se misturam em uma única linguagem: a da arte verdadeira.
“Independentemente da batida, somos arte, somos Natese. Esse é o nosso estilo”, afirmam.
Natese encontra suas referências nos antigos nomes do Hip-Hop de Natal, nas Bgirls e Bboys, nos MCs, DJs e produtores que mantêm viva a chama da cultura underground. São essas figuras que inspiram o grupo a seguir criando, resistindo e inovando.

As músicas do Natese são construídas com sinceridade, mas também com profundidade emocional. Elas carregam esperança, protesto, crítica e poesia. Em suas palavras: “É diante desse mundo misterioso que vimos a oportunidade de compor nossos sonhos — sonhos que sonhamos juntos com quem luta ao nosso lado por um futuro melhor”.
Cárcere das Almas Livres
O álbum "Cárcere das Almas Livres" é o trabalho mais significativo do grupo até o momento. Lançado como um divisor de águas, esse projeto não apenas consolidou a identidade musical do Natese, mas também selou a união entre os sete MCs que compõem o grupo no palco.
Ser artista independente no Brasil já é um ato de coragem. Para quem vem da periferia, o desafio é ainda maior. “Ao nascermos pretos, pobres e periféricos, já nos vemos bastante atrasados na corrida dos ratos”, dizem. O grupo enfrenta a dura realidade de conciliar a sobrevivência com a criação artística. Mas encontraram na profissionalização e na união com pessoas que acreditam no mesmo propósito a chave para continuar avançando.
O que vem por aí
Com o ciclo de "Cárcere das Almas Livres" concluído, o Natese agora prepara projetos solos dos integrantes, para que o público conheça mais profundamente cada universo que compõe o coletivo. Além da música, o grupo também mergulha de vez na produção cultural, com o objetivo de ocupar os espaços públicos da cidade com programações que celebrem todos os elementos do Hip-Hop. O compromisso agora é coletivo e cultural.
De artista para artista
O conselho que Natese deixa para quem está começando é simples e poderoso: "É preciso manter a chama viva, a esperança dentro de si. Porém, o mais importante é a união. Sozinhos ficamos pelo caminho, juntos fazemos a diferença!"
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